Síndrome do Túnel do Carpo: características, diagnóstico e tratamento
- Dr. Cézar A. C. Paiva Reumatologista
- 8 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de jun. de 2023
Saiba mais sobre a Síndrome do Túnel do Carpo, doença comum em mulheres e relacionada à artrite reumatoide
A Síndrome do Túnel do Carpo é uma doença comum, afetando entre 1-5% da população. A principal característica é formigamento e dormência na mão e braço. Essa patologia é mais comum em mulheres, sendo que a proporção chega a três casos em mulheres para um em homem.
Síndrome do Túnel do Carpo
O nervo mediano atravessa o túnel do carpo, que é formado pelo ligamento carpal transverso e pelos ossos carpais. Neste local é que ocorre a compressão da estrutura nervosa. A causa da síndrome é multifatorial e envolve o aumento de pressão, compressão anatômica e inflamação no túnel.
Fatores de risco
Os fatores de risco são genética, diabetes, artrite reumatoide, obesidade, doenças de tireoide, gestação, trauma, medicamentos como inibidores da aromatase usados no tratamento do câncer de mama e fatores ocupacionais (repetição, vibração e trabalho forçado).
Características clínicas
Tipicamente o paciente refere dor e/ou parestesias (formigamento) com distribuição nos primeiros três dedos e metade do quarto da mão que:
1. É pior durante a noite, acordando o paciente.
2. É localizada na mão, punho e irradiado, às vezes, para cima.
3. Piora com movimento do punho ou erguer os braços.
4. Quando a doença é mais grave apresenta-se com perda de sensibilidade nos dedos contínua (dia e noite) e fraqueza na mão.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico é o mais importante, incluindo o que o paciente sente e o exame físico.
Eletroneuromiografia mais velocidade de condução nervosa (ENM)
Está indicada na dúvida diagnóstica – para afastar outras causas de parestesias nas mãos como polineuropatia, plexopatia ou radiculopatia - e para pacientes com sintomas moderados/severos ou que progridem, quando se pensa em indicar tratamento cirúrgico.
Diagnóstico diferencial
Deve ser feito principalmente com radiculopatia cervical (C6-C7), doença vascular.
Tratamento
É baseado na severidade dos sintomas e nas características eletrodiagnósticas (ENM) em casos moderados ou severos. O exame pode caracterizar a síndrome do túnel do carpo como leve, moderada ou severa. Baseado nos achados da ENM pode-se tomar as decisões abaixo:
Leve ou moderado
Uso de tala (1 a 2 meses durante a noite ou mais frequente), infiltração de corticoide e/ou corticoide oral. Entre as alternativas estão a mobilização ossos carpai e exercícios de deslizamento do nervo e tendões.
Doença severa
Em casos severos, a cirurgia pode ser indicada. Muitos pacientes precisam do procedimento por dor persistente, perda motora e atrofia tenar. Lembrando que os pacientes com indicação de cirurgia necessitam realizar a ENM antes. A cirurgia pode ser aberta, por endoscópio ou técnicas ultra-minimamente invasivas, sendo que esta última tem recuperação mais rápida, mas apresenta maior risco de recorrência.
Complicações cirúrgicas
Podem aparecer em 1 a 2% dos casos, incluindo divisão inadequada do ligamento transverso carpal, injúria de nervos, problemas vasculares, infecção, cicatriz dolorosa e síndrome de dor complexa. A resposta da cirurgia na dor aparece em até seis semanas e a força pode demorar mais para recuperar. A maioria dos pacientes operados apresenta melhora.

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